segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Fatos da História Relacionado com o Nazismo - Comentado e abordado por professores

O Tratado de Versalhes

Em julho de 1919 a Alemanha, vencida, assina com a Entente e seus aliados a Paz de Versalhes, em Paris. Não foi em vista do povo que sofria, mas para preservar o exército alemão. Existe uma divisão entre os vencedores. Os Ingleses e os americanos estão contentes por eliminar o competidor alemão. Desejam que a Alemanha se conserve Burguesa, Capitalista para impedir o comunismo Russo. Já a França, mais ferrenha em seus intuitos, queria anexar a margem esquerda do Reno, mantendo assim sua hegemonia na Europa continental. Em 28 de julho de 1919 os delegados Alemães assinaram o Tratado de Versalhes... atribuindo a Alemanha a responsabilidade moral pela guerra.
A Alemanha foi destroçada com o tratado, foram retirados a oitava parte do seu território, sua população teve uma diminuição arrasadora, suas colônias foram para as mãos da Inglaterra e da França. O exército Alemão ficou reduzido a 100 mil homens, somente para a autodefesa nacional. O país não poderia ter industria bélica e nem construir aviões, tanques ou submarinos. Também não haveria escola de guerra e nem estado maior das forças armadas. O Tratado de Versalhes, fez com que a Alemanha mergulhasse em uma crise econômica violenta. Diante disto, surgem as agitações e a propaganda nacionalista, usados mais tarde pelos nazistas. Mas, particularmente coloquemos como fato importante do Tratado de Versalhes para o ressurgimento da Alemanha, e de ela ter mantido a soberania nacional (o Reich continua intacto), pelo interesse que Inglaterra e Estados Unidos tinham em que ela fique forte para conter o comunismo soviético.
Desejavam conservar uma Alemanha, suficientemente forte para manter o equilíbrio do poder não só em relação à França, como também em relação a nascente Rússia Soviética... que atemorizava as classes médias européias com a ameaça do bolchevismo. O tratado não trouxe paz. Somente pôs mais lenha na fogueira.
Onde os vencidos não foram ouvidos, receberam as condições e tiveram que aceitar pois estavam numa situação de fome e cansaço. Sendo o tratado severo em leis mas benigno em cobrar estas leis, não conseguiu conter o ressurgimento do nacionalismo alemão, baseado na injustiça sofrida, pois este veio novo e agressivo, racista e messiânico. Em 1919 a constituição de Weimar é promulgada instalando na Alemanha uma república democrática, com uma federação e um parlamento. Ela não é aceita. Surgem oposições. Os grandes proprietários não toleram a queda do marco e sabotam as empresas francesas no Ruhr.
Assim começa a pregação contra o capitalismo estrangeiro e o internacionalismo comunista. Não podemos ignorar que atrás destes sistemas estão os judeus que começam a ser alvo do racismo que renasce. O ideal de um estado pangermânico também. Tudo nos leva a afirmar que o Tratado de Versalhes auxiliou para surgimento do nazismo.

O Comunismo

O comunismo vai contribuir para o surgimento da Alemanha Nazista de muitas formas, mas principalmente como ideologia que se opõe ao capitalismo. Mas esta ideologia não surgiu por acaso. Temos fatos históricos que se processam na Rússia, vamos ver algumas idéias deste processo histórico. A Rússia entra no século XX como a maior população da Europa (174 milhões).
Mas também com grandes problemas sociais. Ela é essencialmente agrícola, quase feudal. Os camponeses viviam em situação precária, também os operários das poucas industrias existentes. Estes eram agitados freqüentemente por partidos clandestinos. O regime político era absolutista, centrado na pessoa do Czar. A burguesia russa era fraca, existia sim uma aristocracia rural com certo poder político e econômico. É neste contexto que desenvolvem-se os partidos políticos, clandestinos, pois a organização czarista impossibilitava a existência de uma oposição.
Os problemas aumentavam mais ainda quando o império entrava em guerras, flagelando mais ainda o seu povo já sofredor. Assim em 1905 temos um ensaio geral da revolução, quando a Rússia está no auge da depressão econômica e ainda sofre derrotas militares frente o Japão. As manifestações lideradas pelo Pe. Gapone, são dissolvidas a bala, mas ainda conseguem algumas concessões diante do Czar, como a organização partidária. Sendo ela bolchevista e menchevista.
Também se forma uma nova organização o soviete (comitê). Em 1917, a Rússia entra em guerra, há um descontentamento interno. Os soldados mal armados e alimentados, são derrotados. Surgem greves em Petrogrado, onde soldados se unem aos manifestantes e invadem prédios públicos. Três partidos se enfrentam, Democratas, Bolchevistas e Menchevistas. Feita a revolução começa uma guerra civil, de terror, para acabar com a burguesia e com os contra-revolucionários. Surgem conflitos entre o exército vermelho dos revolucionários liderados por Trotsky, contra o exercito Branco do Czar, que tem apoio das grandes potências (Grã-Bretanha, França e Japão).
Vence a ditadura do proletariado, que anuncia o inicio de uma Rússia comunista; vencem os Bolchevistas apoiados nos sovietes. Começa um segundo período, sem coações e com muitas liberações, seria o pós-guerra Russo. Surge então a NEP (Nova Política Econômica) ou um recuo estratégico, pois diante de guerras civis e externas, o país esta esgotado.
Esta estratégia econômica consistia: “Vigorando de 1921 a 1928, a NEP era uma economia mista de socialismo e capitalismo: permitiu a liberdade do comércio interno, o funcionamento de pequenas empresas industriais, o surgimento de propriedades rurais pertencentes aos ‘Kulaks’ e concessões a empresas capitalistas Inglesas, Norte Americanas, Francesas e Alemãs”. Política esta por muitos chamada de dar um passo para trás para depois avançar dois. No entanto, o estado conservava o direito a propriedade, transporte e comércio externo. Em 1928 morre Lénin.
Começa assim uma luta entre o comunismo de Trostsky, que afirma que para o comunismo prosperar ele tem de acontecer no mundo inteiro, ir para os países com meios de produção avançados, uma internacionalização do comunismo. Já Stálin diz que primeiro tem-se que construir uma nação comunista, depois este se espalha para o mundo. Vence a linha de Stálin que manda matar Trostsky, que está exilado no México. Diante disto Stálin inicia a edificação do socialismo, com fazendas coletivas, industrias coletivas, principalmente bélicas, tudo nas mãos do Estado. Surgem os planos Qüinqüenais, em 28, 33 e 38, que visam a superação da propriedade privada e o aumento da produção. Sendo assim o socialismo coloca a Rússia como potência mundial com um caráter sistemático e total intervenção do estado na economia. Sendo terminantemente contra o liberalismo capitalista.
E por assim se dizer coloca medo na classe média burguesa mundial, que incentiva a reconstrução da Alemanha, como nação e força armada, para ser uma barreira geográfica a expansão do comunismo. Decisão a qual vai favorecer o surgimento do nazismo e por conseguinte a 2ª guerra mundial. As fronteiras não seguram ideologias, e socialismo chega as sociedades que vivem a revolução industrial, e fomenta a luta do proletariado. Na Alemanha ele se aproveita da crise na social-democracia. Tanto que a Alemanha possuía o partido socialista mais numeroso, tornando-se um futuro campo eleitoral para este.
Que só vai cair por terra com a ascensão de Hitler ao poder em 1933. Este é o perigo. A União Soviética apresenta-se como modelo a ser imitado, mas quando Hitler sobe ao poder ele dissolve todos os partidos e manda os dirigentes e militantes comunistas para os campos de concentração para serem eliminados. Em 1935 temos dois blocos distintos, a Alemanha se torna nazista, portanto totalitária, tendo como aliados as ditaduras e os partidos fascistas. Já a União Soviética toma uma bandeira antifascista que une democracia clássica e comunismo.
Portanto os capitalistas que viram em Hitler a solução para conter o avanço do comunismo, se unem aos comunistas para conter os fascismos ditatoriais. Chegando a conclusão de que alimentara o câncer, pois a Alemanha Nazista vai ser o terror da Europa.

Crise de 29 - Quebra da Bolsa de Nova Iorque

Outro fator determinante para o surgimento do nazismo e sua chegada ao poder foi a chamada quinta feira negra ou crack da bolsa de Nova Iorque, a qual relatarei nos parágrafos que seguem. Com o fim da primeira guerra, a Europa está destruída. Precisa se refazer, política social e principalmente economicamente. Neste contexto temos um país que não se envolveu na guerra os Estados Unidos, enquanto, na Europa acontece queda na produção agrícola e industrial gerando inflação e desemprego.
Os Estados Unidos pelo contrário, vivem o chamado milagre americano, com um grande avanço agrícola e industrial. Sendo assim aumenta a qualidade de vida, crescem o número de automóveis aumentam rodovias e ferrovias. A política norte americana é regida pelo mais puro liberalismo econômico, para tomar decisões o Estado tinha que consultar os executivos do país.
A bolsa de valores de Nova Iorque, a maior do mundo, movimentava milhões de dólares investidos em ações. Só que o inesperado aconteceu: Em 24 de outubro de 1929, ocorreu o crack ( a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque). A ilusão de uma prosperidade sem fim terminava. Havia já alguns dias que o preço das ações vinha caindo. Os EUA entravam em pânico: todos procuram vender seus papéis, fazendo com que os preços caíssem mais ainda; os banqueiros de seu lado, tentam sustentar o mercado em pouco tempo milhares de dólares são investidos em títulos e ações que não valem nada. Inicia-se a grande crise do capitalismo Americano e depois mundial.
Com a quebra da estabilidade econômica, acumulam-se mercadorias nos estoques. Não havendo vendas diminui o lucro das empresas e estas diminuem seus empregados. Começa o desemprego que atinge trabalhadores urbanos e rurais. Isto se dá porque a produção cresce mais que os salários e as pessoas não podem consumir. Esta crise logo se espalha para o mundo, pois os credores retiram seus capitais, principalmente da Europa.
Onde também cresce o desemprego, para se ter uma idéia chegam a 6 milhões os desempregados na Alemanha. Logo de imediato constatamos duas conseqüências:

Conseqüências psicológicas:

A opinião pública perde a confiança nas instituições democráticas que se identificam com o capitalismo. O povo não acredita mais no sistema liberal, surgem agitadores. E o Nacional Socialismo encontra adeptos junto a essa massa desempregada. No entanto o movimento não nasce da crise, mas é ampliado com ela. Outra conseqüência e sobre a política dos Estados a falência do sistema liberal e a carência da iniciativa privada obrigam o poder público a intervir. Diante da opinião pública o Estado tem que se retratar pondo a economia nos trilhos novamente. Por exemplo nos Estados Unidos surge a política do new deal. Onde o Estado cria obras públicas para dar empregos, pagando salários e aquecer o comércio. Também surge um sentimento nacionalista, os países se fecham, vejamos a Grã-Bretanha símbolo do liberalismo econômico, volta ao protecionismo.
Deste modo a depressão acarreta o abandono dos princípios liberais atingindo as democracias e proporcionando situações para o surgimento dos regimes autoritários. Pois a economia vem se apoiar no nacionalismo político e militar. No caso da Alemanha ela na década de 20 também viveu um crescimento econômico, o país começou a se reconstruir, aumentam os empregos e salários, graças aos investimentos norte-americanos. Mas também a Alemanha em 29 com o crack começa a cair em crise. Essa crise foi particularmente brutal para Alemanha.
Os norte-americanos retiram seus capitais, não renovando os empréstimos. O mercado mundial se fechou provocando o fechamento de fábricas Alemãs e desemprego em massa. Surge fome, greves que assustam a burguesia. Assim esta começa a financiar com seu capital o partido Nazista, que boa propaganda arrebanha a juventude desocupada a classe média que está empobrecendo, aumentando consideravelmente suas fileiras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário