terça-feira, 3 de novembro de 2009

Getúlio Vargas no Poder (Primeiro Governo de Vargas)

  • O Governo Provisório

A 11 de novembro de 1930, através do decreto n°. 19 398, dissolveu-se ajunta Governativa que derrubara Washington Luís, formando-se o Governo Provisório, sob a chefia de Getúlio Vargas. O decreto definia as atribuições do novo governo e ratificava as medidas da junta Governativa. Confirmava-se nele a dissolução do Congresso Nacional e das Casas Legislativas estaduais e municipais.

  • As ambigüidades de Vargas

Tão logo a revolução triunfou, três forças políticas se alinharam. De um lado, as oligarquias tradicionais, que perderam o controle do poder; de outro, os tenentes, que, influenciados pelo fascismo - em voga na Europa -, defendiam a mais completa centralização do poder; no centro, os militares legalistas, que pretendiam a manutenção da ordem. Getúlio Vargas, equilibrando-se sobre essas tendências, não se definiu por nenhuma delas. Assim, entre 1931 e 1932, fez concessões aos tenentes, nomeando-os interventores em diversos estados. Destacou-se nessa época o tenente Juarez Távora, que teve sob seu controle nada menos que doze estados, do Espírito Santo para o norte, o que lhe valeu, segundo a expressão dos seus opositores, o apelido de Vice-rei do Norte. O núcleo tenentista aos poucos foi sendo marginalizado. Nos fins da década de 1930, seria neutralizado pelo crescente prestígio que Vargas concedeu aos militares legalistas, que se opunham à tendência radical dos tenentes.
Portanto, o Governo Provisório não conseguiu solucionar os conflitos, pois Getúlio não atendeu às reivindicações dos tenentes e, tampouco, às reivindicações da oligarquia tradicional. Os primeiros, organizando-se em clubes políticos - entre os quais se destacou o Clube Três de Outubro -, defendiam um esquema de poder francamente ditatorial e a adoção de medidas econômicas nacionalistas, como a nacionalização dos bancos estrangeiros e das riquezas minerais. A última aspirava ao retorno imediato à normalidade constitucional, com a realização de eleições que supostamente a recolocariam no poder.

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